02/02/2016

EXPERIÊNCIA NFL



Na semana do Super Bowl 50 vamos publicar o relato, da experiência, do nosso colaborador Eduardo Barros assistindo, ao vivo, a um jogo da última temporada regular da NFL:

Cleveland Brows

Sábado, dia 26 de setembro de 2015, recebi uma ligação de um grande amigo, me convidando para ver o jogo de futebol Americano do Cleveland Browns contra o Oakland Raiders no dia seguinte. Confesso que não sou fã de futebol Americano, mas aceitei o convite. Seria uma ótima oportunidade de aproveitar um fim de semana de tempo bom, com temperatura amena (25oc) e sol, podendo ser o último  antes do frio chegar de vez a Ohio.

No domingo, fui buscar meu amigo para irmos ao jogo, chegamos cedo, sem necessidade, pois  não precisaríamos entrar em fila para comprar o ingresso.  Aqui, nos EUA, os ingressos são comprados em sua grande maioria pela internet e não precisam ser retirados na bilheteria do estádio. No caso do meu amigo, ele comprou o “season pass”, como é chamado aqui, um pouco parecido com o programa sócio torcedor no Brasil. Ele paga por todos os jogos antecipadamente e recebe os ingressos em casa.
A temporada regular de futebol Americano tem 16 jogos por equipe, 8 em casa e 8 fora. Os melhores times de cada divisão avançam para os playoffs. Como são poucos jogos por temporada, e cada cidade so tem um time, então os estádios estão sempre lotados.  As equipes de Cleveland tem um carma de nunca terem vencido nos 3 esportes principais nos EUA, que são: o Futebol Americano, Beisebol, e Basquete. Porém, a população aqui adora esportes, diferente de outras cidades, como Miami, onde muitos jogos estão sempre vazios, por preferirem ir à praia a outros programas. Sabendo disso, fiquei impolgado em ir à partida de futebol Americano em um estádio confortavelmente cheio e com o público animado.

A maior dificuldade é para estacionar o carro, sendo um problema crônico em todas as cidades no mundo que sediam um evento importante. Paramos o carro um pouco distante do estádio, sendo relativamente mais barato que perto deste. Às vezes chegamos a pagar mais para estacionar o carro que pelo ingresso da partida...

Não acompanho tão de perto a temporada, moro em Ohio há 17 anos, e a equipe do Cleveland Browns só chegou aos playoffs uma vez nesses últimos 17 anos. Porém a torcida é muito apaixonada, com músicas ensaiadas, e torcida uniformizada.

Já conhecia o estádio, moderno e amplo, como diríamos no Brasil, um estádio padrão FIFA, com lojas, elevador, escada rolante e restaurantes. Porém, ao lado do lago Eire, que congela no inverno. Portanto, para quem não gosta de frio, só dá para acompanhar os jogos do Cleveland Brown até o mês de setembro.  

Entramos no estádio, passamos pela revista dos seguranças, sendo muito parecido com todos os estádios. Após isso, fomos de escada rolante até o quinto andar, onde eram nossos assentos. Antes disso, pausa para comprar um saco de amendoim e um copo de refrigerante, sendo este refill, e vinha  escrito “Cleveland Brows” e com desenho dos jogadores. Aqui, muitos torcedores tem o “season pass”,  então vão a todos os jogos e sentam-se nos mesmos assentos. Portanto meu amigo ja conhecida boa parte dos torcedores que sentaram perto da gente. Assim que cheguei ao assento, ouvi aquele, “oi tudo bom, como você está?” .

Começou o jogo, e como era de se esperar a equipe do Cleveland começou perdendo, aliás a equipe da casa não chegou a liderar nenhum momento da partida. Sempre achei o jogo chato e monótono.  Meus poucos amigos brasileiros que gostam do esporte se irritam comigo quando  comparo o futebol Americano ao “pique bandeira”, brincadeira de infância, no playground do prédio que morava. No “pique bandeira”, eu pegava a bandeira, que muitas vezes era um chinelo improvisado, e  tinha que trazer de volta para o meu campo, sem que o adversário me pegasse. No futebol Americano é bem parecido, temos que levar a bola até o final do campo do adversário,  sem que ele nos pegue, para assim conseguir o que eles chamam de touchdown. O problema é que o futebol Americano, assim como os esportes em geral aqui, param muito. A quantidade de tempos que cada treinador tem é absurdo, além de parar para trocar o time de defesa pelo time de ataque e quando o juiz marca alguma penalidade para explicar ao público o que ele marcou.

No intervalo, fui comprar, ou melhor, pedir meu segundo copo de refrigerante quando vi uma cena inusitada: Um policial aplicando uma multa a um torcedor que estava na fila, bem a minha frente com a camisa do Oakland Raiders, por estar fumando, algo terminantemente  proibido aqui. Não consegui descobrir o valor da multa, mas fiquei feliz por ver as leis serem respeitadas.


No segundo tempo, o jogo melhorou muito, começou a fluir e os touchdowns aconteceram, mas o time da casa, como sempre, acabou derrotado. Na saída, nada de confusão, pois não existe uma rivalidade local, como acontece no Brasil. Vi vários torcedores com a camisa do time visitante, infiltrados no meio da torcida, sem necessidade de local especial para visitantes, ou uma carga de ingresso menor para eles. Pelo visto, ainda precisamos aprender muito com os Americanos.

Por Eduardo Barros





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